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segunda-feira, 19 de março de 2012

O homem chamado a ser pai do Filho de Deus

Por Cris Henrique (Missionária da Canção Nova na Terra Santa)

Neste dia, você é convidado a entrar em Nazaré, a maior cidade do distrito norte de Israel, a capital árabe para os cidadãos árabes de Israel, que constitue a maioria da população local.
No Novo Testamento, Nazaré é descrita como a terra onde Jesus passou Sua infância; por esse motivo, é um centro de peregrinação cristã.
Encontramos nessa cidade a Casa de São José, que fica a poucos metros da Basílica da Anunciação e tem como guardiã a Custódia da Terra Santa.
A respeito dessa presença em Nazaré, o padre Ricardo Maria Bustos, ofm – Guardião do Santuário da Anunciação, conta-nos dos desafios enfrentados: “Sabemos que, depois em um grande período de guerra, com extermínios em toda a Terra Santa, os cristãos começaram a desaparecer, a ir para outros lugares, onde pudessem encontrar um sistema de vida diferente. Dessa forma, a comunidade muçulmana aumenta sempre mais. Um exemplo: neste momento, em Nazaré, com uma população de 70 mil habitantes, há 65% de muçulmanos; os outros são cristãos do rito grego ortodoxo, grego católico, os melquita e os latinos. A comunidade latina é a mais numerosa, são sete mil cristãos. Pode parecer um número pequeno, porém é a comunidade mais numerosa, maior que Belém e Jerusalém”.
Nessa Igreja, escavações arqueológicas descobriram o lugar no qual teria vivido a Sagrada Família de Nazaré. Entre os achados pelos arqueólogos estaria a carpintaria onde trabalhava São José.


A Igreja atual, construída em 1914, segue os contornos de uma estrutura medieval anterior e inclui elementos de um batistério romano/bizantino ainda mais antigo. Uma caverna e uma câmera subterrâneas, talhadas na rocha, além de fragmentos de mosaicos, esses são alguns dados para visualizarmos melhor o local.
Quem foi esse homem que tanto admiramos, a quem o Evangelho chama de bom e justo?
Foi um carpinteiro que recebeu Maria como esposa. Na época, a menina tinha, aproximadamente, 14 anos. Porém, ela continuou morando na casa de seus pais em Nazaré da Galileia ainda por um ano, o tempo pedido pelos hebreus, entre o período do casamento e a entrada na casa do esposo. Foi alí, naquele lugar, que ela recebeu o anúncio do Anjo.
Como serva, Maria foi até a casa de sua prima Isabel, pois esta estava grávida de João Batista. Voltando da Judeia, colocou seu esposo diante a uma maternidade que ela não podia explicar. Muito inquieto, José combateu a angústia que o fazia suspeitar de Maria e decidiu deixá-la fugir secretamente (Mt 1,18) para não condená-la em público, porque era um “homem justo”. Na verdade, denunciando Maria como adúltera, a lei previa que ela seria lapidada (Levitico 20,10). Mas não foi o que aconteceu.
Eis que um anjo apareceu ao bom José em sonho e ele teve a certeza de que o Divino estava intervindo na história da humanidade.


Todas as suas angústias e medos sumiram. E ele antecipou a cerimônia da festa de ingresso na sua casa com a esposa.
José tornou-se, assim, o pai do Menino Deus. Segundo a tradição, após retornarem do Egito, foi nesta casa – hoje um Santuário -, que a Sagrada Família viveu. Jesus aprendeu de Seu pai a profissão e viveu com ele até a sua morte.
São José faleceu antes que seu Filho iniciasse a vida pública, mas foi uma presença importante no projeto de salvação.
Sobre a figura do pai adotivo de Jesus, os padres da Igreja dizem, desde os primeiros séculos da Era Cristã, que São José deu o seu testemunho de amor e cuidado com a Virgem Maria e se dedicou, com alegre empenho, à educação e formação de Cristo. Desta mesma forma, Ele cuida e protege o corpo místico de Cristo que é a Igreja.

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