O Catecismo da Igreja Católica e o Código de Direito Canônico afirmam que uma mulher que comete o aborto incorre na excomunhão automática (latae sententiae) devido à gravidade do pecado. Ficando a encargo do bispo ou de um sacerdote delegado por ele a competência da absolvição do delito que incorreu na excomunhão.
O que disse João Paulo II às mulheres que abortaram
O beato João Paulo II, ciente do drama que envolve as mulheres que recorreram a essa prática, dirigiu um pensamento especial para elas na Carta Encíclica Evangelium Vitae (99).
“A Igreja está a par dos numerosos condicionalismos que poderiam ter influído sobre a vossa decisão, e não duvida que, em muitos casos, se tratou de uma decisão difícil, talvez dramática. Provavelmente a ferida no vosso espírito ainda não está sarada. Na realidade, aquilo que aconteceu, foi e permanece profundamente injusto. Mas não vos deixeis cair no desânimo, nem percais a esperança. Sabei, antes, compreender o que se verificou e interpretai-o em toda a sua verdade. Se não o fizestes ainda, abri-vos com humildade e confiança ao arrependimento: o Pai de toda a misericórdia espera-vos para vos oferecer o seu perdão e a sua paz no sacramento da Reconciliação. A este mesmo Pai e à sua misericórdia, podeis com esperança confiar o vosso menino. Ajudadas pelo conselho e pela solidariedade de pessoas amigas e competentes, podereis contar-vos, com o vosso doloroso testemunho, entre os mais eloquentes defensores do direito de todos à vida. Através do vosso compromisso a favor da vida, coroado eventualmente com o nascimento de novos filhos e exercido através do acolhimento e atenção a quem está mais carecido de solidariedade, sereis artífices de um novo modo de olhar a vida do homem.”
Com esse ensinamento, o saudoso Sumo Pontífice polonês indicou os caminhos que deverão ser observados para quem comete tal ato: a busca do sacramento da reconciliação e, posteriormente, um testemunho autêntico em da defesa da vida.
Desta forma, mesmo diante da situação de erro e dor, é possível recomeçar, unindo-se ao mistério da misericórdia do Senhor e traçando um caminho sincero de conversão e santidade. Portanto, afirmou o Santo Padre: “Não vos deixeis cair no desânimo, nem percais a esperança, sabei, antes, compreender o que se verificou e interpretai-o em toda a sua verdade”.
Para você que praticou ou induziu alguém a praticar esse ato e hoje está arrependido, lembre-se: nada é maior do que a misericórdia de Deus!
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